Dia 20 de outubro: Dia do Poeta! A data foi escolhida em razão do Movimento Poético Nacional (MPN), que surgiu na mesma data, em 1976, na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Menotti Del Picchia. Fui amigo de Menotti que foi amigo do meu avô José Scortecci, na época da Revista PAN, semanário que circulou de 1934 até 1945. Foi PAN que publicou “Triunfo”, conto de estreia da escritora de origem ucraniana Clarice Lispector, em maio de 1940. Acompanho o Movimento Poético Nacional desde a sua fundação. Trata-se de uma entidade Cultural, sem fins lucrativos, regida por estatuto, com sede própria na capital do estado de São Paulo. O movimento foi fundado pelo mineiro e poeta Silva Barreto (Sebastião da Silva Barreto, 1918 - 2010), autor de 15 livros, dois deles publicados pela Scortecci: “Patrocínio – O Espártaco de Bronze” e “Símbolos da hora amarga e outros poemas”. Sempre que possível, participava das reuniões do MPN, na época realizadas no Círculo Militar de São Paulo, no Ibirapuera. Na Wikipédia: “Poetas podem se descrever como tal ou ser descritos como tal por outros.” Entendi, talvez. Na visão geral criada pelo IA: “Ser poeta é mais do que apenas escrever poemas; envolve expressar sentimentos e ideias de forma artística, usando a linguagem para comunicar o mundo, a alma e a vida. Um poeta vive em um constante estado de observação, interpretando as experiências e transformando-as em palavras que podem ser literais ou metafóricas. Essa capacidade de expressar o que sente é intrínseca à sua visão de mundo.”. Entendi, acho. Não sei o que dizer, confesso. Devo? Melhor não. Um amigo – outro dia – me aconselhou: “Scortecci, melhor ficar calado. Não balançar a cabeça e nem piscar os olhos. Qualquer movimento estranho pode significar: adesão, reprovação, perseguição de gênero ou cumplicidade!”. Ele –imprudentemente – talvez tenha razão. Logo eu que não tenho mais lágrimas nos olhos, somente no coração. Eu que pisco adoidado, sem pestanejar. O que diriam os poetas Paulo Bomfim, Cecília Meireles, Drummond, Renata Pallottini, Manuel Bandeira, Vinícius, Augusto de Campos, Leminski, Cora Coralina, Mário Quintana, Marina Colasanti, Ferreira Gullar, Manoel de Barros, Affonso Romano, Suassuna, Patativa do Assaré, Bilac, Oswald, Solano Trindade, Mário de Andrade e outros, sobre a poesia IA, que anda fazendo versos mundo afora? Desconfio. Vez por outra digo: a poesia salva, cura as dores do mundo! Melhor mudar a fala, trocar de discurso, silenciar-me, de vez. "O relógio bate 9 horas. Uma pancada alta, sonora, seguida de uma badalada suave, um eco. Depois o silêncio." Foi o que me respondeu Clarice Lispector, apenas ela.
João Scortecci