João Scortecci faz uma poesia arriscada.
Não são comuns os livros de recordações pessoais em verso, mas, neste caso, o autor soube realizar-se como poeta sem apelar para o excesso de subjetivismo, sendo basicamente racional, nem para o sentimental inútil.
O conjunto mostra que o poeta recria a infância com propriedade, selecionando momentos da meninice na terra natal (Fortaleza); o coloquial é enxuto e o texto, quase sempre no indicativo presente, confere uma dimensão apropriada ao que é descrito.
É uma leitura que vale a pena.
Fernando Py
18 de abril de 2008