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QUÍMICA DAS EMPATIAS E A MORTE

Química das empatias. Da situação, presente. Do agora de todos juntos: iguais na dor. Da capacidade de saber o que sentiria - ela e por ela - caso estivesse na mesma situação de suas vivências. Ela das dores, das feridas, das chagas e do vazio do abandono. Qual vento nos ensina a morte? Das empatias, talvez. Empatia do altruísmo e da misericórdia. Das decisões pelo trem, pelos trilhos, pelo último vagão. No embarque do pulo o chão de sua chegada. De sua parada no ponto final. Da mortalha que cobre o pano pálido e o sangue da tragédia. Empatia de mel e sangue. Do mel de abelhas na dor compartilhada. De todos! Pude ainda ver - longe de tudo - a locomotiva de aço subir na linha dos trilhos e virar na curva da morte e sumir. Do corpo que ficou. Despetalado. Abatido. Respostas? Certeza que não. Talvez cansaço da razão inexplicável, da indiferença geral, pela vida que segue veloz e vai. 

João Scortecci