Lugar que dói - e dorme. Sono de pregos afiados na lei. Na
madeira do chão e - dorme - no lugar do começo. Assoalho ótico. Cheio de vidros
- adianta escuro: e se rompe! Fatal desordem. Lá fora o vento assobia pássaros
e outras asas - quase voo. Porta que se arrebenta e arde: cristais. Olha longe
e perto: nada vê. No rasgo dos olhos - caleidoscópio, cunhas e mais dor.
Espinhos. Pano sujo. Trapos sangrados. Ainda dói esperar. Até quando? Pijama e
pandoras. Saber que é morte e dorme.
31.05.2020
31.05.2020