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PICASSO: PEDAÇO DE PELE, TELA E TINTA

Hoje, 25 de outubro, aniversário de 143 anos de Picasso (Pablo Ruiz Picasso, 1881 - 1973) - gênio da pintura - que também foi poeta e dramaturgo. Poeta? Sim. Pouca gente sabe. Acontece. Escreveu: “No final de contas, todas as artes são apenas uma! É possível escrever uma pintura com palavras como é possível pintar sensações num poema.” Seus poemas - surrealistas e cubistas - são telas: “Pedaços de pele, tela e tinta!". Tudo junto e misturado: Escreveu: “... frigideira cheia de ovos com batatas com torresmos cobertos de pulgas e chocalhos a submissão ao ombro pobres e ricos levados pela tormenta sobre o trigo ardendo molhando sua camisa de granizo roupa suja...” Versos que parecem quando da preparação de tinta no branco, de uma silêncio impaciente e inesperado. Ocupação de vazios!  Escreveu: "Se fosse chinês não seria pintor mas escritor, escreveria minhas pinturas". Sobre o Alzheimer - assunto da semana - resfolegou: "Não deixes o teu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer." Imagem cubista, talvez: poesia de torresmos, ovos, pulgas, pele, tela e tinta.

João Scortecci