Das perdas. Outro dia o menino maluquinho do Ziraldo declarou: “Entrei na década da morte!” Os números não mentem! Quem envelhece dificilmente escapa das coordenadas 80-90. É a vida! Driblamos e logo adiante somos driblados. E não adianta combinar com os russos. Não funciona! 2020 foi um ano duro. Duríssimo. E o desgraçado ainda não terminou. Até dezembro ultrapassaremos a triste marca de 190 mil mortes. Um blog na web listou as perdas. Assusta! Nunca gostei de retrospectivas - fujo delas - esse ano então: estou fora! No natal dos anos 60 - lá no Ceará - o prato da ceia era peru desfiado. Mamãe Nilce separava as carnes - as brancas das pretas - e enfeitava os pratos com manga, abacaxi doce e pêssego. A tradição ficou. O peru - vivíssimo - chegava para engorda em novembro. Levava 45 dias de boa vida, sem estresse ou pressão. Peru feliz! Perdia o fio - religiosamente - na manhã do dia 24. Papai segredava sempre: “Nada de enrosco com o peru.” E a garrafa de vodka russa? “Não é vodka. É pinga do alambique.” “É para amansar o sangue do meleagris gallopavo.”. De quem? Do peru! Pai, o senhor está também amansado? Combinou com os russos? “Não.” É a vida! Desleal e desumana. Viva 2021!
24.12.2020
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