Nelsinho (Nelson Holanda Sampaio, 1951 - 2021) morreu em 2021, pela Covid-19. Era o primogênito da “Turma da Dóris”, uma mulher incrível: bandeirante, pintora, produtora cultural e servidora da Universidade Federal do Ceará. Seus filhos: Nelsinho, Leda Maria, Alexandre, Guilherme, Raul e Paulo (Paulinho). Sem eles - Alexandre e Guilherme, em especial - a minha infância, no Ceará dos anos 1960, não teria sido incrível, vibrante e inesquecível. Obrigado! O livro “Na Linha do Cerol - Reminiscências poéticas”, reescrito em 2003, já no exílio voluntário, foi dedicado a “Turma da Dóris”. Guilherme, Raul, Paulinho e Nelsinho, já faleceram. Foi doído perdê-los. Com cada um deles uma vida dentro de mim. Nelsinho era o “inventivo”, o “criativo” da rua. Inteligente e comerciante. Sabia administrar seus projetos com eficiência, precisão e esperteza. O pouco de capital que possuía era a sua moeda de troca. Fabricava e vendia - moto-contínuo - a brincadeira da vez. Nelsinho era o relógio e nós o tempo. Consertava bicicletas, fabricava arraias, passava cerol na linha, cortava sandália de pneu, pião, riscava balão, bucha de parafina, fogos de artifício, abafava figurinhas, carrinhos de rolimã e baladeiras de caçar calango. Deixei o Ceará em 1972 e vez por outra volto no tempo e escrevo a minha infância.
João Scortecci
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