A “domesticação” é um processo coevolutivo (evolução simultânea de duas ou mais espécies), mutualístico (ambas se beneficiam), biocultural (exploração das relações entre a biologia humana e a cultura) e multigeracional (relativo a várias gerações). A “domesticação” acompanha a História da Civilização (“Lobos em cães” é o primeiro exemplo de domesticação reconhecido), sendo benéfica para o seu desenvolvimento, porém é extremamente prejudicial à natureza e à ecologia. A “domesticação” provoca uma seleção artificial de alguns seres vivos em detrimento de outros que o ser humano procura eliminar por considerar hostis à sua sobrevivência. A “domesticação” é um fator de redução da biodiversidade. Segundo pesquisas realizadas por instituições norte-americanas, os peixes de aquário consistem nos animais de estimação mais populares do mundo. Em segundo lugar estão os gatos e em terceiro, os cães. Desconhecia a ordem: confesso, foi surpresa! Dudu é bio. Um macho Fox Paulistinha. Uma homenagem ao atacante e ponta da Sociedade Esportiva Palmeiras. Dudu é um amigo coevolutivo, companheiro mutualístico do “pão com ovo” e um multigeracional veloz e de guarda. Antes do craque Dudu nos “socializávamos” com o goleiro Veloso, um Cocker spaniel, com o animal Edmundo, um Beagle e com o Sansão, um Poodle. Os dois primeiros - também craques e jogadores do Palmeiras - e Sansão - herói do sertão - que quando eu “uivava” fugia de medo e se escondia debaixo da cama. Provavelmente uma fraqueza - ou mesmo um erro - no processo de “domesticação”. Nem sempre acertamos no encantamento. Acontece. Dudu, já disse, adora “pão com ovo”. No começo satisfazia-se com isso. Depois, com o passar do tempo, a “gororoba” precisou ganhar duas pitadas de sal do Himalaia, requeijão a gosto e duas colheres de azeite, do bom. Dudu não gosta de pão na chapa e nem muito passado. Cheira - me olha nos olhos - e engole. É o melhor exemplo que tenho da exploração das relações entre a biologia humana e a cultura.