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GRÁFICAS DA "BELLE ÉPOQUE"

“A Menina e o Bezerro”, escultura em mármore, base em granito, do artista carioca Luiz Christophe (1863 - 1917), Largo do Arouche, ao lado do Mercado das Flores, próximo da Academia Paulista de Letras. Luiz Christophe foi aluno da Academia Imperial de Belas Artes. Morou em Paris durante a Belle Époque. A obra “A Menina e o Bezerro”, foi adquirida pela prefeitura de São Paulo durante a gestão do pernambucano Raymundo da Silva Duprat (1863 - 1926). Raymundo Duprat tinha o título de “Barão” por parte da Santa Sé, por meio do Papa Pio X. Foi ator do “Theatro São José”, sócio da “Tipografia & Papelaria Duprat e Cia” e vereador por São Paulo. A “Casa Duprat”, como era conhecida, foi sucessora da “Companhia Industrial de São Paulo”, que por sua vez sucedeu a “Oficina Tipográfica Jorge Seckler”, do gráfico alemão Jorge Georg Johann Seckler (1840 - 1909), proprietário, na época, de uma das mais importantes oficinas tipográficas do Brasil, responsável pela mais longeva série de almanaques comerciais do estado de São Paulo. A “Casa Duprat” fechou suas portas no ano de 1927, quando da morte do Barão Duprat, em 1926. O Barão de Duprat foi ainda prefeito interino durante a gestão de Antônio da Silva Prado e o segundo prefeito da história da capital paulistana. Era conhecido e respeitado como grande incentivador das artes e responsável por um grande número de esculturas das praças e parques da Cidade. Na sua administração destacam-se a construção do Parque Trianon, do viaduto Santa Ifigênia e a urbanização do Vale do Anhangabaú. Luiz Christophe e Raymundo Duprat tinham a mesma idade e se conheceram na “euforia e efervescência” de Paris, durante a Belle Époque - movimento de cultura cosmopolita Europeu (1871 - 1914). Vez por outra, no pedal, na direção da Praça da Sé, no centro de São Paulo, passando pelo Largo do Arouche e Praça da República, estaciono minha bike, no granito do belíssimo monumento da “A Menina e o Bezerro”, do artista Luiz Christophe. Cada olhar, um lado diferente. Cada lado diferente, outro olhar.  Dualidades da impressão! Jorge Seckler, o gráfico alemão - surge do nada, pedalando sua bike - e me convoca, com um sorrido de tipos, para continuar o pedal. Vamos lá? Talvez - pensando na volta da Bela Época - possamos, juntos, revisitar Paris.