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CASA PRATT, MÁQUINAS DE ESCREVER REMINGTON E A GRIPE ESPANHOLA

A Casa Pratt, uma sociedade anônima, tinha sua matriz na cidade do Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor, número 125, e filiais na capital paulista, em Campinas, Santos, Ribeirão Preto, Curitiba, Pelotas e Porto Alegre. Foi nos anos 1910, 1920 e 1930 a representante no Brasil das “incríveis” máquinas de escrever Remington, modelo 16. Comercializavam também máquinas registradoras National, aparelhos Dalton, Mercedes e Triumphator, para somar e subtrair, duplicadores Red Seal, Cofres Standard, arquivos de aço e móveis para escritório. Com a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) e a epidemia de Gripe Espanhola (vírus influenza, 1918 - 1920) as “insubstituíveis” máquinas de escrever Remington 16, não tinham mais como chegar ao Brasil e, em pouco tempo, desapareceram do mercado. A Casa Pratt - na tentativa de amenizar o problema - montou oficinas de conserto e manutenção, mas de nada adiantou, já que o problema maior era a falta de peças de reposição. A primeira fábrica de máquinas de escrever instalada no Brasil foi a norte-americana Remington, em 1948, seguida da sueca Facit, em Minas Gerais, em 1955, e da italiana Olivetti, em São Paulo, em 1959. Em 1872, o comerciante e empresário americano James Densmore (1820 - 1889) - de posse da patente de Sholes (Christopher Latham Sholes, 1819-1890) - viajou até Ilion, no Estado de Nova York e vendeu a ideia de produção em larga escala à fábrica de armas Remington, do empresário Philo Remington (1816 - 1889), que, desde o fim da Guerra de Secessão, teve a venda de rifles diminuída sensivelmente. Em poucos anos a Remington tornou-se uma gigante do mercado, exportando máquinas de escrever para todos os países do mundo. As mulheres são responsáveis pelo sucesso das máquinas de escrever e - no início - sofreram forte resistência dos homens, temerosos de perder o emprego. Diziam que a “engenhoca” não prestava. As mulheres - que já dominavam na indústria as máquinas de costurar - não encontraram dificuldade e rapidamente dominaram a arte das 50 teclas do método Qwerty, ainda hoje em uso. Comecei a escrever numa máquina Olivetti, modelo Baby. Tenho uma guardada até hoje. Na verdade tenho também uma Remington 16 e uma Lexikon 80, da Olivetti. Hoje - as relíquias - fazem parte do memorial da Scortecci.

João Scortecci