Negacionismo - crença, fuga ou rejeição - é a “escolha” de negar a realidade de uma verdade desconfortável. Cresce e arrebanha seguidores diante de situações de instabilidade, como uma crise ou algo novo, desconhecido, nunca – até então - presenciado. O negacionismo é uma arma perigosa! Há estudos que afirmam tratar-se de um fenômeno cíclico: síndrome do desconhecido! Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável e incontestável. Rejeita conceitos básicos, primários, científicos e incontestáveis. O movimento encontra sustentação em teorias e discursos conspiratórios que acabam favorecendo disputas ideológicas, interesses políticos e religiosos. Além de criar polêmicas retóricas, usa a antiga e bem-sucedida estratégia de minar o coletivo com a "cunha da dúvida". Lendo sobre ser um fenômeno cíclico e - mais comum do que se imagina -, encontrei algo que me fez escrever um dos post de hoje: "O crescimento do negacionismo em tempos de crise e instabilidade, costuma anteceder às catástrofes e tragédias no caminho cíclico da humanidade". Seria um aviso ululante que ulula, que uiva, grita, berra e emite sons de lamento? O escritor, jornalista e teatrólogo Nelson Rodrigues (Nelson Falcão Rodrigues, 1912 - 1980) na obra “O óbvio ululante” observa a tudo isso: “algo que é óbvio, de clara observação e contestação, que está - na cara - e as pessoas não enxergam.” Hoje - 21 de dezembro – faz 44 anos de sua morte. Ato de misericórdia, algo assim: beijo no asfalto na hora da morte. Teria, então, atendido o pedido do moribundo. Arma perigosa é a vida! Nelson continua presente, inesquecível e imortal.
João Scortecci
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