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AQUELES QUE QUEIMAM LIVROS, ACABAM CEDO OU TARDE POR QUEIMAR HOMENS!

O poeta alemão Heinrich Heine (Christian Johann Heinrich Heine, 1797 - 1856) é conhecido na literatura como “o último dos românticos”. Nasceu numa família judia, em Düsseldorf, cidade da Alemanha, conhecida pela indústria da moda, das telecomunicações e pelo cenário artístico e cultural da região. Heine estudou Direito - chegou a frequentar três universidades - mas descobriu muito cedo que gostava mesmo de literatura. Em 1825 converteu-se do judaísmo para o cristianismo luterano, nomeando-se a si próprio pelo nome de Heinrich Heine. Fez a sua estreia literária em 1821, publicando o livro "Gedichte" ("Poemas"). A paixão não correspondida por suas primas - Amalie e Therese - inspiraram-no a escrever, em 1827, o "Livro das canções", sua primeira grande coletânea de versos. Em 1831 trocou a Alemanha por Paris onde sofreu influência dos socialistas utópicos, corrente de “visões e contornos” para as sociedades ideais imaginárias ou futuristas. Seus escritos geraram desconforto nas autoridades alemãs e Heine foi tido como um “subversivo” e sofreu duramente com a censura. Suas obras foram banidas da Alemanha e ele proibido de voltar a viver em sua terra natal. A opção por Paris, a principio foi voluntária, pois acreditava que encontraria na capital francesa maior liberdade de expressão e maior compreensão de suas ideias, o que de fato aconteceu. Foi um crítico mordaz da religião: "Ópio do povo!" Entre os livros queimados pelos nazistas, em 1933, na Opernplatz (Praça da Ópéra) de Berlim, estavam as obras de Heine. Em 1848 Heine adoeceu devido à sífilis e passou a sofrer de paralisia, praticamente cego, passando os oito últimos anos de sua vida deitado em um colchão. Morreu em Paris, em 1856, aos 59 anos de idade. Em relação à censura sofrida, Heine proferiu uma de suas mais conhecidas citações: “Aqueles que queimam livros acabam cedo ou tarde por queimar homens.”

João Scortecci