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TALMUD - UM DOS LIVROS MAIS CENSURADOS DA HISTÓRIA

O Talmud ou Talmude (de "lamad", em hebraico, que significa "ensinar", "instruir", "aprender") é um dos livros básicos da religião judaica e contém: a lei oral, a doutrina, a moral e as tradições dos judeus. Existem duas versões do Talmud: o de Jerusalém (Talmud Yerushalmi) e o da Babilônia (Talmud Bavli), ambos redigidos por volta do século V. Trata-se de coletânea de livros sagrados, com registro das discussões dos rabinos, nome que significa "professor", "mestre" ou literalmente "grande", profundo conhecedor da lei, da ética, dos costumes e da história do judaísmo. O Talmud tem dois componentes: a Mishná – compêndio escrito da Lei Oral judaica – e o Guemará - discussão da Mishná e dos escritos tanaíticos. O Talmud – editado em aramaico, língua semítica falada pelos arameus da antiga Síria e da Mesopotâmia – originou-se da necessidade de complementar a Torá, livro sagrado do judaísmo, composto pelos primeiros cinco livros da Bíblia hebraica: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O Talmud foi um dos livros mais perseguidos ao longo da história. Em 1239, o Papa Gregório IX nomeou censores e mandou queimá-lo. Em Paris, no ano de 1244, dezenas de sacerdotes católicos eliminaram centenas de exemplares do Talmud. Luís IX, Filipe III e Filipe IV, na França, entre 1290 e 1299, fizeram o mesmo: converteram a obra em cinzas. Em 1319, nas cidades francesas de Perpignan e Toulouse, a Igreja católica queimou dezenas de exemplares. Em 1322, o Papa João XXII ordenou fazer o mesmo. Em 1490, em Salamanca, Espanha, um auto de fé incluiu o Talmud e outras dezenas de livros hebraicos no fogaréu.  Em abril de 1559, em Cremona, Itália, foram queimados 12 mil livros judaicos, dentro de uma oficina tipográfica. Em 1553, um grupo de sacerdotes em Roma, Itália, recolheu exemplares do Talmud e os queimou no Campo di Fiore, praça da Piazza Navona. É bem conhecida também uma das queimas do Talmud na Polônia, em 1757. Em Kamenets-Podolsky, cidade localizada às margens do rio Smotrich, na Ucrânia, foram destruídos publicamente mil exemplares da obra. E, no século passado, os nazistas não perderam a oportunidade de destruir todos os exemplares existentes na Alemanha de Hitler. O Talmud é considerado – ininterruptamente – um dos livros mais censurados e perseguidos da história.

João Scortecci