O escritor baiano Jorge Amado (Jorge Leal Amado de Faria, 1912 - 2001) é um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. É o autor mais adaptado do cinema, do teatro e da televisão. Destaques: “Dona Flor e seus dois maridos”, “Tenda dos Milagres”, “Tieta do Agreste”, “Gabriela, cravo e canela” e “Tereza Batista cansada de guerra”. Sua obra literária - 49 livros, ao todo - também já foi tema de escolas de samba por todo o País. Seus livros foram traduzidos em 80 países e em 49 idiomas. “Capitães da Areia” é sua obra mais influente. Um romance poético! Um clássico dos livros sobre a “infância abandonada”, onde se narra a história crua e comovente dos meninos pobres morando em um trapiche - armazém abandonado - na região do cais, na cidade de Salvador-Bahia. O livro foi publicado em 1937, ano em que a polícia do Estado Novo, de Getúlio Vargas, apreendeu e queimou em praça pública exemplares desse livro, entre outras obras do autor. “Sob a lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem. Antigamente aqui era o mar”. Na adolescência, foi um dos fundadores da "Academia dos Rebeldes", grupo de jovens escritores que desempenhou um importante papel na renovação da literatura baiana. Na década de 1930, mudou-se para a capital federal (Rio de Janeiro), onde cursou a faculdade de Direito e ali travou seus primeiros contatos com o movimento comunista organizado. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), em Paris (1948 a 1950) e em Praga (1951 a 1952). Em 1946, foi eleito deputado federal pelo PCB - Partido Comunista Brasileiro. Foi o autor das emendas constitucionais n. 3.064, que suprimiu a censura prévia e estabeleceu a isenção de tributação sobre livros e periódicos, e a n. 3218, que garantiu a liberdade religiosa. Desligou-se do PCB em 1956, depois das denúncias de Nikita Khruchev contra Stalin, no 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Em 1961, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. De sua experiência acadêmica bem como para retratar “os casos” dos imortais da ABL, publicou “Farda, fardão, camisola de dormir”, numa alusão clara ao formalismo da entidade. Jorge Amado morreu em 6 de agosto de 2001, aos 89 anos de idade. Seu corpo foi cremado e suas cinzas enterradas em sua casa no bairro do Rio Vermelho, em Salvador-Bahia.
João Scortecci
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