O escritor e advogado René Thiollier (René de Castro Thiollier, 1882 - 1968) foi um dos fundadores do "Teatro Brasileiro de Comédia" e conselheiro no "Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo". Foi também um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, de 13 e 17 de fevereiro, no Theatro Municipal de São Paulo. René, amigo pessoal do então prefeito da capital paulista, Artur Bernardes (Artur da Silva Bernardes, 1875 -1955), foi quem bancou o aluguel do teatro, pagando o espaço do próprio bolso. Era filho do francês Alexandre Honoré Marie Thiollier e de Fortunata de Sousa e Castro Thiollier, irmã da Baronesa de Itapetininga e Baronesa de Tatuí, proprietária de todo o Vale do Anhangabaú. A família morava numa luxuosa casa na Avenida Paulista, número 1.853, esquina com a Alameda Ministro Rocha Azevedo. Durante anos, a casa abrigou as reuniões da Academia Paulista de Letras, da qual René Thiollier era secretário-geral perpétuo. Cronista e colunista social, escrevendo para publicações, como “Diário Popular”, “Jornal do Commercio”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “Revista do Brasil”. Publicou livros de contos (“Senhor Dom Torres” e “A Louca do Juqueri”), estudos histórico-biográficos (“Um Grande Chefe Abolicionista: Antônio Bento”, “A República Rio-Grandense” e a “Guerra Paulista de 1932”), crônicas e ensaios (“O Homem da Galeria”, “Episódios de Minha Vida” e “A Semana de Arte Moderna”). Em 1934, foi eleito membro da Academia Paulista de Letras e um dos responsáveis pela criação da Revista APL, que dirigiu por 15 anos até 1952, quando, voluntariamente, afastou-se, para sempre, dessa Academia. Sobre a obra literária de René Thiollier — que acabou não “vingando” —, questiona-se a qualidade da escrita e o descompasso com as ideias modernistas da época. René Thiollier foi um “mecenas”, e sua ajuda e colaboração foram fundamentais para a realização, com êxito, da Semana de Arte Moderna de 1922. Em 18 de abril de 2008, por meio do Decreto nº 49.418, do prefeito Gilberto Kassab, criou o "Parque Prefeito Mário Covas”, inaugurado em 25 de janeiro de 2010, numa área de 5.400 m², localizado na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Ministro Rocha de Azevedo. Essa decisão recebeu críticas da "Família Thiollier" e de outros paulistanos, que gostariam de homenagear o antigo proprietário do local, o escritor e advogado René Thiollier. Seu pai, Alexandre Honoré - que foi proprietário da primeira livraria de São Paulo, a “Casa Garroux” - construiu a mansão da Avenida Paulista em homenagem à esposa, Fortunata. Em 1909, Alexandre Honoré viajou para a Europa para tratamento da saúde, alugando, então, o casarão para a "Família Burle Marx". Na época, o casal esperava o quarto filho, que nasceu no casarão e que viria a ser o famoso paisagista Roberto Burle Marx (1909 - 1994). René Thiollier - o mecenas esquecido - morreu no ano de 1968, aos 86 anos de idade.
João Scortecci