O nome “Alice” significa “de linhagem nobre”. Tem origem nos nomes em francês “Adaliz”, “Alesia” e “Aliz”, utilizados como diminutivo do nome “Adelaide”, de origem germânica. “Alice's Adventures in Wonderland” (“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”) é a obra mais conhecida do contista, fabulista, poeta e matemático inglês Lewis Carroll, pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson (1832 – 1898). Trata-se da história de uma menina chamada Alice que cai numa toca de coelho e é transportada para um lugar fantástico povoado por criaturas peculiares e antropomórficas (com aspectos humanos), revelando uma lógica do absurdo, característica dos sonhos. A obra está repleta de alusões satíricas – dirigidas tanto aos amigos quanto aos inimigos do escritor –, de paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e de referências linguísticas e matemáticas, frequentemente por meio de enigmas que contribuíram para a sua popularidade. Trata-se de uma obra de difícil interpretação, pois contém duas histórias num só texto: uma para crianças e outra para adultos. Como é conhecida hoje, a obra foi publicada em 1865, com ilustrações do cartunista e político inglês John Tenniel (1820 – 1914), com tiragem inicial de dois mil exemplares. A edição foi recolhida, a pedido de Tenniel, desgostoso com a qualidade da impressão das ilustrações. A segunda tiragem, de 1866, esgotou-se rapidamente, tornando-se um sucesso editorial, tendo sido lida também – é o que dizem – pelo escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Wilde e pela Rainha Vitória, Rainha do Reino Unido e Irlanda, de 1837 até sua morte, em 1901. A obra foi traduzida para mais de 125 idiomas e, em língua inglesa, teve mais de 100 edições e milhares cópias, além de adaptações em livros, filmes e peças teatrais em vários países. Em 1998, a primeira impressão do livro – aquela recolhida a pedido do ilustrador John Tenniel – foi leiloada por 1,5 milhão de dólares. Procuro, agora, a informação – quem sabe? - quantos títulos no Brasil e, talvez, no mundo, foram publicados e recolhidos do mercado por solicitação de ilustradores, capistas, diagramadores, revisores e tradutores. Fiquei curioso. Dizem que, na toca do coelho, também moram cobras, lagartos, escorpiões, segredos e outras histórias. Eu estava lendo sobre “lógica do absurdo” e veja no que deu o desvio: “Alice debaixo da Terra”, título do primeiro manuscrito de Lewis Carroll, em 1864.
João Scortecci
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