O militar, político, etnólogo, escritor e folclorista brasileiro Couto de Magalhães (José Vieira Couto de Magalhães, 1837 – 1898) nasceu na fazenda Gavião, na cidade de Diamantina/MG. Durante o reinado de D. Pedro II, imperador do Brasil, Couto de Magalhães foi presidente das províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Morreu aos 61 anos de idade, de sífilis, quando já era presidente da província de São Paulo. Couto de Magalhães falava francês, inglês, alemão, italiano, tupi e numerosos dialetos indígenas. Foi quem iniciou os estudos folclóricos no Brasil, publicando “O selvagem” (1876) e “Ensaios de antropologia” (1894), entre outros. O corpo de Couto de Magalhães está enterrado no no Mausoléu General Couto de Magalhães, Cemitério da Consolação, na capital paulista. Pretendo visitá-lo, em breve. O mausoléu, concluído em 1905, teve toda sua arte inspirada na obra “O Selvagem”. Na extremidade superior, autoria da artista plástica e escultora Nicolina Amélia Vaz (1866 – 1941), repousa o busto em bronze do general. Logo em seguida, no mármore, está esculpida a inscrição do nome do falecido, sua patente militar, data de falecimento e seus numerosos cargos políticos. Abaixo do busto, também em mármore, a imagem de uma índia e os dizeres: “O Selvagem”. Não há registro – que seu saiba – do número de túmulos com desenhos e esculturas de livros, existentes no Brasil. Devem ser milhares mundo afora. Curiosidade mata! Soube, recentemente, da artista, escritora e professora da FAU-USP, Giselle Beiguelman, uma especialista no assunto e que, talvez, possa me ajudar com a preciosa informação. Pretendo também, em breve, procurá-la. Numa matéria da jornalista Luiza Franco, na BBC News Brasil, soube da existência de um galpão no bairro do Canindé, na região central da cidade de São Paulo, que guarda resquício das patas do cavalo do Duque de Caxias, um escoteiro inteiro, uma águia, duas lagostas gigantes, bustos dos acadêmicos paulistas Aureliano Leite e Vicente de Carvalho e um monumento inteiro de Olavo Bilac (1865 – 1918), o "Príncipe dos Poetas Brasileiros". Diz a matéria que, quando de sua morte, um grupo de estudantes da Faculdade de Direito de São Paulo quis homenageá-lo e fez uma campanha pública para bancar o projeto do monumento, inaugurado na confluência das avenidas Paulista, Consolação e Angélica, em 7 de setembro de 1922, coincidindo com o centenário da Independência do Brasil. Quando da construção do Complexo Viário Rebouças, em 1972, o monumento foi retirado, com a promessa velada de encontrarem, com brevidade, um novo lar para o príncipe Bilac. Talvez em 2065, quando, então, serão comemorados seus 200 anos de nascimento.
João Scortecci