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AS ROSAS DO JARDIM DO PUBLICITÁRIO CARLITO MAIA

O publicitário Carlito Maia (Carlos Maia de Souza, 1924 – 2002) nasceu na cidade de Lavras, região do Campo das Vertentes, estado de Minas Gerais e “veio ao mundo a passeio, não em viagem de negócios”. Dizia sempre. Mudou-se para a cidade de São Paulo, no início dos anos 1930, e se tornou um dos mais conhecidos publicitários do País. Foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, em 1980, e autor dos slogans "Lula-lá", "OPTei" e “Sem medo de ser feliz”. Segundo seu depoimento, foi "moleque, lavador de xícaras de café, rebelde, office-boy, contestador, reservista de 2ª categoria do Exército Brasileiro, antifascista, sargento da Força Aérea Brasileira, boêmio, despachante policial, picareta, corretor de seguros, clochard, ajudante de despachante aduaneiro, bom-vivant, tradutor público juramentado..." Em 1954, ingressou na Escola de Propaganda do Museu de Arte Moderna. Trabalhou nas agências McCann-Erickson, Atlas, Norton, Alcântara Machado, Magaldi, Maia & Prosperi, P. A. Nascimento, Estúdio 13, Esquire e, finalmente, na Rede Globo, onde permaneceu por mais de 20 anos. Em 1978, foi eleito Publicitário do Ano. Entre suas máximas, figuram: “Uma vida não é nada. Com coragem, pode ser muito.”; “Brasil? Fraude explica”; e “Nós não precisamos de muitas coisas, só uns dos outros”. São dele também as expressões “Tremendão”, “Ternurinha”, “Jovem Guarda” e “É uma brasa, mora!”, esta usada pela primeira vez como título de um show do cantor e compositor Roberto Carlos. Carlito Maia se notabilizou por enviar flores para uma infinidade de estreias de espetáculos teatrais, lançamentos de livros e vernissages. Recebi o meu primeiro buquê de flores, belíssimo e inesquecível, no ano de 1987, quando do lançamento do livro de poesias A Morte e o Corpo, e o segundo e último, em 1989, no evento de lançamento da Antologia Poética de Pinheiros, volume I, na Scortecci Editora dos anos 1980, na Galeria Pinheiros, 1704, loja 13. Em sua homenagem, foi criado, em 2000, o “Troféu Carlito Maia de Cidadania”, que premia pessoas que desenvolvem ações sociais em prol da cidadania e na luta pelos direitos humanos. Carlito Maia faleceu no dia 22 de junho de 2002, aos 78 anos de idade. Na minha vida de livros, no poema sem-fim, reescrevo, sempre, a sua melhor “deixa”: “Evite acidentes, faça tudo de propósito!” Assim seja!

João Scortecci