Conde d’Eu (Luís Filipe Maria Fernando Gastão, 1842 – 1922), era neto do Rei Luís Filipe I, da França. Tornou-se Príncipe Imperial Consorte do Brasil por seu casamento com Isabel Cristina Leopoldina de Bragança, filha de Dom Pedro II. Desembarcou no Brasil em 2 de setembro de 1864 e se casou com Isabel, 43 dias depois, em 15 de outubro de 1864. Participou da Guerra do Paraguai e chegou ao posto de comandante-em-chefe dos exércitos aliados (1869), após o Marquês de Caxias (Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro), ter se demitido da função. Em junho de 1889, alguns meses antes da proclamação da República, o Conde d'Eu saiu em expedição pelas províncias do norte do Império brasileiro. Esteve nas cidades de Fortaleza, capital cearense, e nas cidades de Pacoti e Guaramiranga, a aproximadamente 106 quilômetros, da capital, localizadas no alto da serra de Baturité. A fase áurea do cultivo do café proporcionou extraordinário surto de progresso e enriquecimento da região. A influência política fez com que Conde d’Eu visitasse a região, hospedando-se no casarão-castelo do Pau do Alho, em Pacoti, residência do Coronel Epifânio Ferreira Lima. O castelo, infelizmente, não resistiu e veio a ruir, nos anos 1960. Visitei-o, quando criança. Minha família guarda de lembrança, até hoje, a chave da porta de entrada do castelo, de pouco mais de 20 cm de comprimento. Meu irmão José Henrique – distraído que só ele – colocou a chave no bolso da calça e não a devolveu. Meses depois, o castelo ruiu, destruindo tudo. Para o príncipe Gastão de Órleans e para todos os membros da família imperial, o exílio durou mais de 30 anos, quando da revogação da lei do banimento, de 1920. Gastão de Órleans, em 1922, quando vinha ao Brasil, a convite do governo federal, para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, teve um mal súbito e morreu a bordo do navio Massília. O conde estava, na época, com 80 anos de idade, e seus restos mortais estão, hoje, depositados no Mausoléu Imperial, na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. A chave do castelo do Pau do Alho, em Pacoti, residência do Coronel Epifânio Ferreira Lima, abre o segredo, de muitas histórias, do memorial da Família Paula.
João Scortecci
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