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PERDER PAÍSES E A ÂNSIA DE TER UM FIM

O poeta, filósofo, dramaturgo e tradutor português Fernando Pessoa (Fernando Antônio Nogueira Pessoa, 1888 - 1935) nasceu em Lisboa, e é considerado o mais universal poeta português. Fernando Pessoa foi educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa. Dominava o idioma inglês e foi nele que escreveu o seu primeiro poema. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa e apenas uma em língua portuguesa: “Mensagem” (44 poemas, em 1934). Como poeta, escreveu sob diversas personalidades (heterônimos): Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e outros. Fernando Pessoa morreu jovem, com apenas 47 anos de idade, em Lisboa, no dia 30 de novembro de 1935. Escreveu: "Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus." O poema “Viajar! Perder países é" um dos seus mais belos poemas. Quem o lê viaja! Quem parte não fica. E por “não pertencer nem a mim” eu sou muitos. 

- VIAJAR! PERDER PAÍSES! -

Viajar! Perder países! / Ser outro constantemente, / Por a alma não ter raízes / De viver de ver somente! / Não pertencer nem a mim! / Ir em frente, ir a seguir / A ausência de ter um fim, / E a ânsia de o conseguir! / Viajar assim é viagem. / Mas faço-o sem ter de meu / Mais que o sonho da passagem. / O resto é só terra e céu. 

Fernando Pessoa