85% das profissões que existirão em 2030, ainda não foram criadas. É o que dizem os especialistas. Não duvido disso! Acho, também, que algumas das “novíssimas” de hoje, não são na verdade tão novas assim. Mudaram de nome. Muitas foram “reinventadas”, americanizadas, ganharam roupa nova e uma boa dose de perfume tecnológico. Nada contra! Lendo sobre o assunto - e pensando com os meus algoritimos - listei três das chamadas novas profissões que, na verdade, são do tempo da onça. Cobras criadas! São elas: "Influenciador" - pessoa que tem alguma espécie de influência sobre algo ou alguém, "Gestor de crise" - garantidor de que os problemas não vão explodir e jogar merda no ventilador - e "Facilitador", sujeito que - por bem ou por mal – sempre dá um jeitinho na problemática. Três das novíssimas profissões - que andam "bombando" e que sempre existiram. Antigamente - nos tempos da brilhantina e da pasta 007 - eram profissões secretas, reservadas, silenciosas, com nomes e telefones guardados - apenas - na cadernetinha vermelha, aquela das emergências. Consultado minha caderneta - eu a guardo, ainda - notei que a maioria da turma sumiu de vez ou morreu. Lembro, de cabeça, do influenciador Bocão, bom de comício, quebra-quebra e de puxar briga de rua, do meu Gestor de Crise, o Bucha de Canhão - que resolvia tudo na porrada ou no pau de sebo e da inesquecível – que ainda vive – Aninha Língua Doce, a facilitadora. Que lábia! Dava nó em cobra. Outro dia - no final de 2022 - ligou-me pedindo ajuda para criar na Internet um blog para "oferecer" seus serviços. Algo assim. Ainda na ativa? Perguntei. Trabalhando como Facilitadora Digital? Provoquei. "Influenciadora!" Respondeu-me. Posso saber do quê? Insisti. Aninha Língua doce, pensou, pensou, gastou todo o tempo do silêncio da espera e doce feito Iracema, segredou-me: Melhor não!
João Scortecci
