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ROD SERLING, ZAMIÁTIN, ORWELL E O GRANDE IRMÃO / JOÃO SCORTECCI

O roteirista norte-americano Rod Serling (Rodman Edward "Rod" Serling, 1924 - 1975), criador da série “Além da Imaginação” (“The Twilight Zone”, de 1959 até 1964), quando perguntado qual a diferença entre fantasia e ficção científica, respondeu: “Fantasia é o impossível tornado provável. Ficção científica é o improvável tornado possível.”. Lendo a biografia de Rod Serling, lembrei-me do influenciador literário o escritor russo Eugene Zamiátin (Evgéni Ivánovitch Zamiátin, 1884 - 1937), autor do romance distópico “Nós”. Zamiatin influenciou gênios da ficção científica, como Aldous Huxley, George Orwell e Ayn Rand. Três ícones da ficção! Tenho minha lista pessoal, forjada - lentamente - desde os anos 1970: Isaac Asimov (“Eu, Robô”), Arthur C. Clarke (“2001: uma odisseia no espaço”), Ray Brandbury (“Fahrenheit 451”), Edmund Cooper (“A Humanidade Artificial”), Aldous Huxley ("Admirável Mundo Novo") e George Orwell (1984). Orwell (Eric Arthur Blair, 1903 - 1950), autor do distópico “Nineteen Eighty-Four” (“1984”), escrito em 1949, narra a vida “sufocante” de indivíduos “aprisionados” num sistema de opressão e autoritarismo — pelo líder supremo do Partido, intitulado de o “Grande Irmão” —, pela vigilância tecnológica da “teletela”, uma espécie de TV que espia os cidadãos, devassando a privacidade de todos, alegando tratar-se de uma questão de segurança. Tudo isso para dizer que a “teletela” do meu computador piscou e apagou, de vez. Deve ter sido vingança ou algo assim. Outro dia - com ajuda de um adesivo - cobri sua câmara, seus olhos de lince. Desconfio que o “Grande Irmão” andava me espionando, acomunado com o meu celular, outro intruso, opressor distópico de “Nós” e influenciador, que tudo vê e tudo escuta. Rod diria, talvez: improvável tornado possível e nada mais. 

João Scortecci