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É UM ERRO TER RAZÃO CEDO DEMAIS!

Descobri que o Castelo de Santo Ângelo, em Roma, localizado na margem direita do rio Tibre, foi construído sobre as ruínas do antigo Mausoléu do imperador romano Adriano (Públio Élio Adriano, 117 a 138 D.C.). Não sabia. Conheci o castelo depois de uma visita ao Vaticano e a Praça de São Pedro.  Em 1951, a escritora belga Marguerite Yourcenar (1903 – 1987), primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras, escreveu o livro “Memórias de Adriano” (1951), autobiografia imaginária sobre a vida e a morte do imperador romano. O livro foi publicado no Brasil pela editora Nova Fronteira. O fora de contexto – título - que abre o post é de Marguerite. Aqui com os meus passados: “Qual passado escolhemos viver?” Não satisfeito - e sem respostas – acendi uma vela e rezei – no silêncio da manhã - a oração da revelação espiritual, minha favorita.  Marguerite Yourcenar – que da estante me olhava – entregou-me, sorrindo, um beijo de alquimia, cheio de mistérios. Retirei o exemplar da estante - “A obra em negro” – e escrevi com os olhos: “É um erro ter razão cedo demais!”. A vela, então, apagou-se, Adriano surtou suas armas e Santo Ângelo, inconformado, resmungou nas águas do Tibre: “Cada época escolhe o seu passado!” 

João Scortecci