Ganhei uma foto sua do tempo de sexo no portão do escuro da adolescência. É a primeira coisa lembrada que você me pediu de memória. Você disse: guarda e vai! E eu, então, parti. Na despedida - veloz e apressada - guardei a foto da nossa história de amor na caixinha dos pecados. Hoje, mexendo na sorte do coração, nos encontramos, novamente. Éramos eternos! E pensar que não tínhamos paciência alguma (e precisava?). Tudo era bom como era. O portão de ferro gemia seco de óleo e você - docemente - respirava o gozo de menina-moça. E nada mais.
João Scortecci