Tornei-me Palmeirense em 1972, no feriado do dia 1º de maio, quando conheci numa loja de discos da Rua das Palmeiras, Santa Cecília, quase em frente ao Lord Palace Hotel, um grupo de jogadores da Sociedade Esportiva Palmeiras. Eram eles: Cesar Maluco, Edu Bala, Nei e o zagueiro Luis Pereira. Eles estavam “concentrados” no hotel, aguardando o jogo contra o time do Guarani Futebol Clube, de Campinas, pelo Campeonato Paulista. Na época, recém chegado em São Paulo, Eu, Maria Esther Mendes Perfetti (hoje editora do selo infantil Pingo de Letra da Scortecci) e seu irmão Eduardo Perfetti, já falecido, frequentávamos o grupo de jovens da paróquia da Igreja de Santa Cecília e a loja de discos, era parada obrigatória antes e depois das reuniões. "Vocês vão ao jogo?" Pergunta do centroavante César Maluco para o nosso grupo. “Vamos!” Respondi. Quem disse isso? Eu. Tinha, na época, 17 anos de idade e São Paulo era um incrível mundo de novidades e oportunidades. Naquele dia inesquecível, tornei-me Palmeirense e fui, pela primeira vez, assistir a um jogo de futebol no Parque Antártica. O Palmeiras ganhou o jogo de 1 x 0, gol de cabeça do atacante Madurga, aos 20 minutos do segundo tempo. Estádio lotado. Sentamos no lado leste do estádio, hoje Allianz Parque, entrada pela Rua Francisco Matarazzo. Coincidência ou não, no mesmo lugar, aproximadamente, onde hoje, depois de 52 anos, tenho cadeira. Em campo fiquei de olho num jogador incrível, que parecia flutuar no gramado. Mágico. Divino. Seu nome: Ademir da Guia. Ao seu lado, incansável e marcador, Dudu (Olegário Tolói de Oliveira, 1939 – 2024). A dupla marcou a história da primeira academia de futebol do Palmeiras. Hoje, sábado, 29 de junho, acordo e fico sabendo da morte, aos 85 anos de idade, do Dudu, o Olegário. Na foto Dudu e Ademir. Acho que eles nasceram assim: únicos e eternos. Juntos!
João Scortecci