Das primaveras. Perdidas? Não as vejo. Do primeiro sol de flores: securas! Da cidade que acontece, ainda. No olhar do concreto, no cinza cosmopolita, na avenida de carros, semáforos e passados. Do bruto que se dobra e atravessa esquinas. Sol no vento pálido e um chapéu que voa, perdidamente. Vejo tudo no mesmo mundo. Vejo tudo na vida que respira cabeças e sangue. Gente apressada que dói. Cativo me pergunto: onde o canto do pássaro é canção? O que sobra acreditar de real: apenas o velho do realejo tocando desafios e arrancando bilhetes da sorte. Pássaro ferido. Securas e nada mais.
João Scortecci