Não conheci o mineiro Bartolomeu Campos de Queirós (1944 – 2012). Digo sempre: “Precisaria viver mil anos! Dói saber que o perdi, pessoalmente. Bartolomeu publicou mais de 40 livros, formou-se em educação e artes, cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de importantes projetos de leitura no Brasil, como o ProLer - Programa Nacional de Incentivo à Leitura e Outros. É autor do Manifesto por um Brasil Literário. Recebeu os prêmios: Grande Prêmio da Crítica em Literatura Infantil/Juvenil pela APCA, Jabuti, FNLIJ e Academia Brasileira de Letras. Em 2008, entrevistado pelo Museu da Pessoa, como parte do projeto “Memórias da Literatura Infantil e Juvenil”, expôs sua relação com as palavras: “A minha contínua busca por novas palavras foi o meu exercício de infância”. Confesso: sua revelação mexeu com as minhas inquietações. Fui e sou, desde criança, um apaixonado pela descoberta de novas palavras. Tenho paixão por dicionários e os coleciono aos montes. Alguns, até, repetidos. Sou exagerado! Pesquisando sobre formação de leitores e hábito de leitura, encontrei na Internet um pequeno texto do humanista Bartolomeu Campos de Queirós: “Ler é inteirar-se de outras proposições, é confrontar-se com outros destinos, é transformar-se a partir da experiência, vivenciada pelo outro e referendada pelo fruidor. Existe, pois, ação educativa maior do que esta de formar leitores?”. Texto incrível, diz tudo! Abri o bloco de notas e guardei a palavra fruidor: Quem ou o que frui de algo. Tem origem etimológica na palavra "fruir" mais o sufixo "dor". Dói saber que o perdi. Eu e as proposições do dia. Algo assim.
João Scortecci
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