Até tu Stanford? Hoje - simples curiosidade ou, talvez, falta do que fazer - fazem pesquisas sobre tudo. Inutilidades, talvez! E Eu, pobre de mim, acabei lendo sobre a pesquisa - curioso que sou -, mesmo não acreditando quase nada sobre ela. Acontece. A “danada” da pesquisa veio da Universidade de Stanford e, por si, então, merece crédito e respeito. Afirma que os fofoqueiros - aqueles que fazem fofoca, que se intrometem em assuntos alheios têm uma significativa “vantagem evolutiva”, algo assim. Vantagem evolutiva? Os pesquisadores observaram que as pessoas cooperam quando um fofoqueiro conhecido e respeitado, está trabalhando, compartilhando informações valiosas. Para os fofoqueiros, receber a cooperação de outra pessoa pode ser uma recompensa por si só. A pesquisa da Universidade de Stanford, conclui que os fofoqueiros, aqueles que trocam informações pessoais sobre terceiros ausentes, têm vantagens evolutivas sobre os seus pares. O estudo, publicado na “National Academy of Sciences”, utilizou um modelo evolutivo da teoria dos jogos que imita a tomada de decisão humana para observar como seus agentes, ou sujeitos de estudo virtuais, interagiam entre si e alteravam suas estratégias para receber recompensas. Na prática: jogar, blefar e fofocar! Socialmente, as pessoas fofoqueiras são descritas com uma conotação negativa; e essa descrição é baseada em vários motivos. Em primeiro lugar, a fofoca pode ser prejudicial às relações e vínculos pessoais, pois, dependendo da intenção do mensageiro, pode semear desconfiança e gerar conflitos desnecessários. Outros se aproveitam para distorcer ou exagerar informações sobre as quais têm poder, levando a mal-entendidos e preconceitos injustos. Em última análise, há quem recorra a este ato para desviar a atenção das suas próprias ações ou problemas. Aqui vai uma dica valiosa para quem pretende escrever o Guia do Fofoqueiro: “Seja, sempre, o último a ir embora!” Diz a pesquisa, ainda: “A fofoca deveria ser tratada com muito mais respeito já que, a fofoca é “o que torna a sociedade humana como sabemos que é possível". E mais: “A fofoca tem a capacidade de unir grandes grupos de pessoas e fomentar a cooperação...”. A fofoca, que requer tempo e energia, evoluiu como uma estratégia adaptativa. Desta forma, graças à sua capacidade de influenciar o comportamento dos outros e incentivar a cooperação: “os fofoqueiros têm uma vantagem evolutiva que perpetua o ciclo da fofoca e presta um serviço útil aos ouvintes”, destaca o estudo. Já disse: Eu, pobre de mim: fofoqueiro? Não. Na minha opinião: exagerado, talvez.
João Scortecci
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