O ano de 2025 começou assim: Mark Zuckerberg, o CEO da Meta declarou que a Meta não vai mais regular o seu conteúdo. Pensei, ingenuamente: “notícia falsa". Fui conferir: tudo verdade! E mais: declarou, ainda, amor desbragado às ideias insanas do Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, criminoso condenado e merecedor de uma “dispensa incondicional”, algo assim, que, confesso, desconhecia existir na hilária democracia dos guardiões do mundo livre. Decepção! Segundo o jornal britânico The Guardian: "Estudos mostram que posts falsos na Internet viralizam 20 vezes mais rápido do que os verdadeiros, especificamente se tiverem conteúdo radical ou ultrajante, como conspirações governamentais, ataques racistas e estímulos à violência”. Não duvido. A Constituição brasileira assegura, no rol de direitos fundamentais, a livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Pesquisa realizada pelo Senado Federal, pelo menos 76% da população foi exposta a informações falsas sobre política no segundo semestre de 2022. O estudo mostrou, ainda, que as notícias falsas originadas nas redes são amplamente difundidas por meio de conversas com amigos e colegas (66%), noticiários de TV (65%), conversas com familiares (57%), jornais e revistas locais e nacionais (55% e 53%, respectivamente). Mark Zuckerberg andou pregando: “As redes sociais são um espaço de diálogo, uma ágora onde ideias são colocadas e as melhores prevalecerão!” Justo. Faltou dizer que todas as informações, sem exceção, são "anabolizadas" ou "filtradas" pelos algoritmos do capeta! Liberar “notícias falsas” numa rede que foi construída e aperfeiçoada para promovê-las é, no mínimo, loucura total. Estranho escutar “entendidos” dizerem que a regulação é uma ameaça a "liberdade de expressão". O que vai acontecer com a não regulação do seu conteúdo: Epidemias de desinformações, crimes digitais incontroláveis, desequilíbrio na saúde mental, cancelamentos, animosidades online, manipulações e perseguições. É o legado do caos. Eu sei, eu penso: quem somos, onde estamos, para onde vamos? A borboleta voa, ainda e nela a derradeira certeza: A vida é cíclica: do início da criação, do meio imaginário e do fim, improvável, talvez.