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ASTROLÁBIOS: MEDIÇÃO E NAVEGAÇÃO

Dos estigmas. Das cicatrizes. Dos traços e das marcas no corpo da alma. Tatuagens ou mapas? Não sei. Somos - hoje - os nós engordados e flácidos, os nós envelhecidos e antigos, os nós adoentados disso, daquilo e sempre, os nós marginalizados, desaprovados e negados! É o que “estamos”. Os nós! O navio dos antigos está à deriva: ilhado no mar revolto, no incerto, perdido de bússolas, de vento, perdido dos astrolábios e das estrelas do céu. Estigmas das sombras? Talvez. Lembro-me dos rabiscos do menino Marco Polo desenhado no livro das mil aventuras. Lembro-me de tudo. Lembro-me das linhas da palma da mão e dos segredos da alma. Linhas da sorte? Vovó Sarah sabia das coisas. Dizia sempre, na leitura do destino alheio: “Cuidado com as mãos.” Algo assim. "Tenha medo dos vivos!" Depois, cantarolava uma poesia sobre as ondas do mar e seus amores. Voz doce e serena.: voz de avó. “Isso também passa. Todas as coisas na Terra passam. Os dias de dificuldades passarão. Passarão também os dias de amargura e solidão. As dores e as lágrimas passarão...” Palavras do Mestre Chico Xavier. Saber esperar - pacientemente - é virtude. Meu coração está ferido e dói. Eu sei, eu sinto. Hoje dia de estrela escura no céu. Silêncios espirituais. Até quando? Não sei. Eu passarinho! 

João Scortecci