Abro o biscoito da sorte número 1 e leio: “Processo mental: atitude de quem acredita!” Como o biscoito - feito de pessoas e coisas - engolindo junto: salivas e reflexões. No celular os 8 "não" para a vida: Não reclame, não critique, não julgue, não se sinta incapaz, não se compare, não olhe para o ontem, não desista e não deixe de ter fé. Li e apaguei. Abro o biscoito da sorte número 2: "As incertezas fazem parte do amadurecimento humano." Feitiço. Razões emocionais - da hora e do instante - que fazem o dia. Anoto no bloco de notas. Eu como, Eu mastigo, Eu engulo: azedumes! Teimosia e gula, talvez. Circunstâncias da vida. Aprendi - desde muito cedo - a respirar os cheiros da terra. Das águas! A dor dos músculos e a fragilidade dos ossos! É na calma da pressa que construímos esqueletos. Abro, então, o biscoito da sorte número 3. Ganhei 5, no total. Temo - dou fé - que devorarei, também, logo, os dois últimos. Isso antes do por do sol. Farelos no ardor do chão. Varreduras! Bebo água fresca do poço e depois, bebo café quente. Biscoito 4: "Processo mental: atitude de quem acredita!" No amargor da biruta o ar sopra, ainda. Tudo que voa: voa no tempo e na imensidão da sorte. Abro, então, o biscoito número 5 - o último - e leio: "Um passo de cada vez e depois outros!" Entendi. Guardei-os, todos, no prego do quadro de cortiça. 5 espetos no meu depositário de valores e lembranças. Teimosias da sorte: minhas e do mundo!
João Scortecci