Pesquisar

MACACO VERDE-FLUORESCENTE E AS QUIMERAS

Quimera é uma figura mística caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais e a capacidade de lançar fogo pelas narinas, sendo, portanto, uma fera ou besta mitológica. Lendo sobre “quimeras” soube que cientistas chineses desenvolveram em laboratório “macacos quiméricos”, primatas que possuem dois ou mais tipos de DNA no seu corpo, resultado da combinação de células-tronco de embriões geneticamente distintos de macacos da mesma espécie. As quimeras – lendo a matéria – poderão, num futuro próximo, ser usadas como modelos em pesquisas sobre doenças neurológicas. Algo assim. Em outra frente, poderão também ser usadas em estudos para desenvolver novas terapias a partir das células estaminais, que têm a capacidade de se auto renovar. Da experiência “verde-fluorescente” um macaco quimérico, macho, nasceu vivo. Detalhe insignificante, para nós leigos, bestas mitológicas: O macaco psicodélico - que produz efeitos alucinógenos - nasceu com cérebro, coração, rim, fígado, trato gastrointestinal e testículos, com traços que provam, de fato, ser um quimera. Detalhe: não lança fogo pelas narinas! Sorte. O comediante, escritor, ator e humorista Jô Soares (José Eugênio Soares, 1938 – 2022), tinha na TV aberta um personagem – hilário, dos melhores – de um general da reserva que tinha entrado em coma antes da abertura, e que tinha saído do coma anos depois, em plena abertura, que ficava horrorizado com tudo e com as coisas que estavam acontecendo no país. O general, inconformado com a nova realidade, deitado numa cama de hospital, protestava, sempre: “Me tira o tubo! Me tira o tubo!”. Saudade do humor do Gordo! E também, pasmem, do inofensivo monstro com a cabeça de leão, o corpo de cabra e a cauda de serpente da minha infância. Monstro simpático! Sobre o macaco com saco e unhas verde-fluorescente, anotem: Vai fazer sucesso! Muito. 

João Scortecci