Quem pedada de bike – não importa o lugar – sempre tromba com algo inesperado e interessante. As vezes perigoso, também. Faz parte! Moro na cidade de São Paulo desde 1972 e durante muitos anos frequentei a região central da cidade: Teatro Municipal, Av. São João com Av. Ipiranga, Praça da República e Largo do Paissandu. A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, belíssima, foi construída por trabalhadores negros no início do século XX. Região hoje quente! Perigosa. Mesmo assim arrisco. O prazer de pedalar na região não tem preço! Cortando caminho - pedal surpresa é assim - desci pelo pátio do Teatro até o Vale do Ahangabau, contornei o prédio dos Correios, subi a Av. São João e parei – água e descanso - no Largo do Paissandu. Do nada - o coração chama - avistei uma pequenina rua, estreita, saindo do Largo do Paissandu, de nome Abelardo Pinto, ao lado do Hotel Piolin. Fui conferir. Junto à denominação da rua, uma placa memorialista. Estacionei a bike. Estava escrito: “Palhaço Piolin - Abelardo Pinto (Abelardo Pinto, 1887 – 1973). Surpresa! Pesquisando na Internet descobri que o dia do seu nascimento - 27 de março - foi escolhido para homenagear o Dia do Circo no Brasil. Fotografei a placa e os dizeres: “Meu sonho era ser engenheiro. Queria construir pontes, estradas, castelos. Construí apenas castelos de sonhos para muita gente. Sou, de qualquer maneira, um engenheiro! E, estou feliz com isso!” Verdade: um construtor de alegrias e infâncias! Abelardo Pinto "Piolin" morreu no dia 4 de setembro de 1973.
João Scortecci