Nós somos os culpados. Todos nós! O mundo está sendo pilhado, saqueado, humilhado, partilhado e amordaçado. E nós – covardes – estamos assistindo a tudo: calados! Os “magnânimos” imperialistas, pactuados com os irmãos das Big Techs e outros, planejam ampliar os seus domínios, os seus latifúndios, os seus demônios. Foi assim o combinado: cada um invade e apossa-se de um pedaço, de uma fatia, de um coração alheio. Reunidos, desenharam, então, um novo mapa marcando no universo celestial suas cobiças, suas taras, seus desejos e ganâncias. Combinaram assim: eu fico com essa parte, vocês com aquela e vocês com aquela outra. Combinado? Quem não se subjugar destruímos! Estamos pactuados? Sim. Nós, hoje, somos os vermes da goiaba! Do que adianta gritar e protestar nas mídias sociais, nos grupinhos do zap, ferozes, com a bunda na poltrona e o ar condicionado ligado? Lendo sobre “O poder das manifestações” e os protestos que mudaram o mundo, em todas – sem exceção – encontrei um lugar comum: as ruas. Li e fiquei, então, pensando no assunto. E continuo – agora – pensando profundamente no poder das ruas. O que faço todas as manhãs: escuto no rádio as notícias, leio os jornais e café com pão e ovo mexido. Depois, direto para a editora e gráfica. Hoje - sábado - vou às ruas pedalar com a minha bike vermelha. Pedalar docemente. Pretendo continuar assim: longe das redes sociais. Ando pensando de voltar a ser novamente “povo” nas ruas do coração, nas praças do meu silêncio, deixar de ser covarde, inútil, verme de goiaba e gordo. O povo que fala, fala das ruas e o tempo lá fora é de sol.
João Scortecci
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