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AINDA ESTAMOS AQUI / JOÃO SCORTECCI

Assisti ao filme. Eu e mais de 5 milhões de pessoas. Triste história de luta pela democracia do país e violência. O Brasil amadureceu e as duras penas: sobreviveu. Os corações estão apaixonados pela atriz Fernanda Torres e, o que ela, hoje, representa para todos: Não desistir, nunca! Quando o mundo fica assim: complicado e trágico, muitos, começam a acreditar que estamos – mais uma vez – perto do fim. Não poderia ser diferente. O medo é um inimigo poderoso e cruel. Pergunto: qual fim? O mundo – vasto mundo – anda perplexo e muito assustado, com os gatilhos, que assolam o espírito da alma humana. Depois, mais ainda, da reeleição do presidente americano, Donald Trump - e suas malvadezas maquiavélicas -, bateu pânico geral. E, mais uma vez, o fim. Qual fim? Insisto. Assustados, mais ainda, como o apoio que o presidente Donald Trump recebeu dos “donos do mundo”, os meninos das big techs, que, magnânimos, controlam a Internet, as redes sociais, as comunicações, os satélites e as viagens espaciais. Lembro-me, que, no ano 1986, ainda acadêmico, quando da Catástrofe de Chernobil, no norte da Ucrânia, o acidente nuclear no reator nº 4 da Usina, assustou o mundo. É o fim, foi o que disseram, na época. E aquele mundo dos infernos, teve que modificar-se, adaptar-se, transformar-se, até encontrar, então, o seu novo caminho: seguro e eficiente. De tempos em tempos, a roda gira e a sorte muda. Hoje a energia nuclear é segura, que oferece menos risco. O ano de 2015 começou assim: apocalíptico e perigoso. Não será um ano fácil. Juros e dólar altos, inflação, corrupção, polarização e insegurança jurídica, nos perseguem. Natureza humana? Talvez. A dimensão do mundo não pode ser um espelho do momento histórico. Tempos de paz e prosperidade não podem nos fazer amar a natureza humana. Tempos de guerra, desgraça e injustiça, não podem tirar nossa paz e esperança. Ainda estamos aqui. Até quando? Não sei. 

João Scortecci 

Editorial Revista Abigraf março de 2025.