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SOBRE RADICAIS LIVRES, MORFEMAS E MAÇÃS

A palavra “matar” anda solta nos noticiários. Está em tudo que é lugar. Até nos pensamentos e ideias de paz. Estava lendo sobre ismos - sufixo que exprime a ideia de fenômeno linguístico - para um livro que estou - tentando - escrevendo e acabei chegando aos morfemas - menor parte, dotada de significado, que constitui uma palavra - também conhecido como radical, que é o núcleo que abriga a significação externa da palavra. Complicado, né? Também acho. Perdi tempo nos sufixos verbais. Ma (mal) + a(r) de afastamento? Afastar o mal? Talvez. Cadê o meu amigo Pasquale? Naquele dia de festa ficamos juntos na foto, no papo furado e acabei esquecendo de perguntar-lhe sobre os "ismos", os "fonemas" e os "radicais livres". Acontece. A história de hoje sobre "matar" me fez lembrar de um texto que escrevi no início dos anos 1980 para a empresa japonesa Yakult, sobre maçãs. Má - que se opõe ao que é bom; ruim + sã - saudável, bom. No final do texto, uma mensagem de impacto: "Tudo depende das nossas escolhas!" Algo assim. Texto impresso num cartão e colado na tampa da caixa de maçãs. O bom do serviço não era o dinheiro extra, que pingava todo ano. O gostoso era receber, de presente, uma caixa com doze maçãs, tipo exportação. Maravilhosas. Era matar ali mesmo, de felicidade, gula e salivação. Hoje - não sei a razão - não gosto mais de maçãs. Dualidades? Talvez. As maçãs fazem parte de um passado de sufixos verbais, radicais livres e morfemas. Sobre o livro que estou - estava - escrevendo, continua parado de vez. 

João Scortecci