Tragédia Grega no Monte Olimpo. Foi assim: Cronos, deus do tempo e o mais forte dos titãs, era um comunista de carteirinha, das antigas. Devorador de criancinhas! É o que dizem. Comeu seus próprios filhos! Escapou da gula antropofágica apenas o seu primogênito, Zeus. Zeus, o deus dos deuses, foi salvo por Gaia, a mãe terra, a pedido de Reia, sua mãe. Gaia - esperta que só a natureza - elaborou um plano diabólico e salvou Zeus, poupando-o da fúria de Cronos. Zeus - um galo incansável - casou-se com Métis, deusa da prudência, que lhe deu a filha Atena, deusa da sabedoria, da guerra e da beleza eterna. Zeus - imprudente com as coisas do coração - logo trocou Métis por Têmis, deusa da justiça, com quem teve as filhas Moiras e Horas. O casamento dos dois durou pouco. Dizem – não sei se é verdade - que Zeus ainda se casou mais cinco ou seis vezes. Zeus - imaturo e inseguro - nunca superou o trauma de ter um pai antropofágico e comunista. Zeus - já velho e doente - casou-me ainda mais uma vez, com Mnemósine, deusa da memória que - sabiamente - o fez esquecer de tudo: das farras, das orgias e dos babados do Monte Olimpo. Do seu casamento - o mais cultural de todos - nasceram Clio, musa protetora e inspiradora da história, Euterpe, da música, Talia, da comédia e poesia e Urânia, da astronomia. Detalhe mitológico: Cronos – adormecido na demência, vez por outra, ainda – conta histórias de amor, escuta músicas do coração, faz poesias de gozo selvagem e namora estrelas do céu maior, lá do alto do Monte Olimpo. Moral da história: o culpado da tragédia grega foi Cronos, o antropófago do reino dos titãs.